Alvaiázere, vila e concelho, deve o seu nome aos árabes.
Com efeito, quando esses povos invadiram a Península Ibérica, no ano de 711, logo se apoderaram de grande parte do actual território nacional. Foi o caso de Alvaiázere, a quem baptizaram de Al-Bai-Zir ou Alva-Varze, de acordo com as diferentes opiniões expressas.
Apesar da voracidade dos séculos, o concelho não perdeu algumas das características que desde sempre teve.
Da serra de Alvaiázere, por exemplo, obtêm-se panoramas excelentes. Uma serra altiva e repousante. Um maciço calcário coberto de urzes e pequenas orquídeas floridas.
Para nascente, avista-se a planura fértil de Alvaiázere, salpicada de vinhedos, olivais, campos de milho e de alegre casario branco e ocre.Para poente, vê-se o vale do rio Nabão, antecedido de frondosos pinhais.
Pelas encostas ouve-se o andar lento dos rebanhos e das cabras.
Em Alvaiázere, a natureza é intensamente verde. Vales e várzeas abraçam dois tranquilos cursos de água, o Nabão e a ribeira de Alge.
Foi elevada a vila por D. João I, que lhe deu foral em 1338. O seu termo, nesta altura era tão dilatado que abrangia dois priorados, três vigairarias e um corado: os priorados de S. João da Boa Vista e S. Pedro de Rego da Murta, as vigairarias de Pussos, Maçãs de Caminho e Pousaflores e Covado de Almoster.
Em 1435, segundo documentos existentes na Torre do Tombo, D. Duarte doou a vila a sua mulher, a Rainha D. Leonor, passando assim Alvaiázere ao domínio da coroa. D. Manuel deu-lhe foral novo, em 15 de Maio de 1514.
Naquele ano de 1514, não apenas a vila de Alvaiázere recebeu foral novo. Das actuais freguesias do concelho, também Maçãs de D. Maria e Pussos (doravante Vila Nova de Pussos) obtiveram os privilégios decorrentes desse documento.
Maçãs de D. Maria, aliás, formou concelho nesse ano, ao mesmo tempo que Avelar, Aguda, Chão de Couce e Pousaflores. Eram as "cinco vilas" e ainda Arega.
Os sinais do passado estão ainda bem evidentes em todo o concelho de Alvaiázere. Aqui, sucedem-se os solares e as quintas senhoriais. Uns setecentistas, outros, mais antigos, exibem bonitas torres de menagem.
Freguesias como Maçãs de D. Maria e Pelmá testemunham a sua antiguidade nos pelourinhos e encantam os panoramas que se contemplam nos adros das suas igrejas matriz.
O espírito religioso deste povo está expresso nas lendas que circulam de pai para filho, oralmente, desde há muitos séculos.
A base económica desta região é a agricultura, como sempre o foi. Os solos férteis, os vales e as várzeas bem irrigados e as encostas cobertas de vinhas e oliveiras, foram importantes auxiliares da sua população.